domingo, 27 de julho de 2008

vida cigana


Nos últimos 3 anos e meio, mudei de casa 5 vezes. Estou prestes a acrescentar mais uma mudança ao meu resgistro. Tenho sempre a casa às costas. Poderia dizer que é divertido brincar de nomadismo, se eu encontrasse alguma piada em não criar raízes e estabelecer bases em algum canto. É que quando o aconchego começa a surgir, quando o sulco do meu corpo se estabelece no colchão e no travesseiro, já tenho que sair.

Nada tem a minha cara. Meus gostos não estão refletidos nos lugares onde habito. Não esquento terreno, não tenho tempo de ver o acontecimento dos gestos e ações virarem hábito, como acordar no meio da noite e chegar à geladeira sem precisar tatear, no escuro.

Agora será apenas mais um remake do que vem acontecendo. A diferença é que, cada vez mais, encontro este sentimento tão lugar-comum de lar, nas pessoas com quem convivo, com quem partilho amenidades & intimidades. É nestas pessoas que acabo por encontrar meu porto, independente da localização geográfica.

Sem comentários: