quinta-feira, 31 de julho de 2008

Pollyanna addiction - clap your hands! (and say yeah)


minha "ídala", exercitando a sabedoria da sua felicidade mode ON nos pastos do mundo afora.


Clap your hands!
When I feel so lonely
Clap your hands!
When I won't do nothing
Clap your hands!
When I have no money
Clap your hands!
When it don't seem likely
Clap your hands!
Are you up to something?
Clap your hands!
Where's my milk and honey?
Clap your hands!
When I just look funny
Clap your hands!


É um mantra a ser entoado. Dizem que, uma hora, estas coisas começam a fluir naturalmente, isso de ter pensamentinhos coloridos e contentes e felizes.

todas as partes de cada todo



Por mais que eu seja acometida, vez ou outra, por algum devaneio que me faça crer que conheço alguém ao pormenor, tempos depois a idéia cai por terra. É que existem sempre partes ocultas que, ao serem reveladas, quase que deixam de lado outras partes remanescentes. Quase como aquela lei de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar: uma pessoa nunca-nunca vai mostrar de tudo que é feita, ao mesmo tempo. Há características que são tão imiscíveis que, em teoria de balcão de bar, jamais habitariam o mesmo ser.

Mas, ok, fica tudo ao cargo da volubilidade. Talvez seja esse o segredo de fazer com que cada uma das nossas respectivas característcas convivam harmonicamente, não como peças isoladas, mas cada parte sendo um todo.

domingo, 27 de julho de 2008

vida cigana


Nos últimos 3 anos e meio, mudei de casa 5 vezes. Estou prestes a acrescentar mais uma mudança ao meu resgistro. Tenho sempre a casa às costas. Poderia dizer que é divertido brincar de nomadismo, se eu encontrasse alguma piada em não criar raízes e estabelecer bases em algum canto. É que quando o aconchego começa a surgir, quando o sulco do meu corpo se estabelece no colchão e no travesseiro, já tenho que sair.

Nada tem a minha cara. Meus gostos não estão refletidos nos lugares onde habito. Não esquento terreno, não tenho tempo de ver o acontecimento dos gestos e ações virarem hábito, como acordar no meio da noite e chegar à geladeira sem precisar tatear, no escuro.

Agora será apenas mais um remake do que vem acontecendo. A diferença é que, cada vez mais, encontro este sentimento tão lugar-comum de lar, nas pessoas com quem convivo, com quem partilho amenidades & intimidades. É nestas pessoas que acabo por encontrar meu porto, independente da localização geográfica.

terça-feira, 22 de julho de 2008

a premonição



Adoro um filme que nunca vi, só pela trilha sonora. Minto: trilha sonora + trailer. Ainda nem estreou, mas já recomendo ao mundo como se fosse o meu filme preferido. Alguma coisa me diz que vai ser do caralho. É como grávida que ama um filho antes dele nascer, pelo batimento cardíaco (tá, exagerei). Sügisball.

E se eu estiver errada e o filme for ruim? Mãe Dináh já pagou vários micos, por fakes previsões.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

deboche



Maurizio Cattletan trabalhou como cozinheiro, jardinheiro e enfermeiro. O que já me deixa feliz, porque comprova que eu posso ter vida post tanta roupa que dobrei para a Inditex.
Uma das melhores instalações atualmente expostas no Centre Pompido (claro, depende muito também do que cada um está à espera): Hitler, se redimindo pela meia-dúzia de pecados que cometeu.

Baudelaire

But it's in vain I chase my God receding.

felicia´s way of life



Tenho uma amiga que não lida bem com os sentimentos. Sentir saudade é como ter uma batata quente na mão; gostar de alguém, então, é um abacaxi para descascar. Deve ser falta de prática, do exercício de. Todas as vezes que aflora um sentimento bom por alguém, se espinha toda. Ouriço ameaçado. E bate e machuca e fere, por necessidade, por hábito ou sei-lá-o-quê. Essa minha tal amiga sempre adorou os carrinhos bate-bate. Ficava contente em despedaçar, destruir, bater e amassar. Sabotar. Hacer daño.

Depois do truque do Pelé em falar na terceira pessoa, não quero mais outra coisa. É uma sensação boa, a de se eximir de culpas.

"pai, vai na frente que eu tenho medo."

Surveillence é apadrinhado pelo pai. Literalmente. Depois de todas as cenas do trailler, em letras garrafais, com neon: Diretor Executivo - DAVID LYNCH. Seguido por: Um filme de - Jennifer Chambers LYNCH.

Oh, eles têm o mesmo sobrenome! São parentes?

Mal nenhum. Mas achei meio ridículo o nome do pai ir abrir as portas TAMBÉM na hora de exibir o filme. Deixasse a coisa pros bastidores, que é comum e todo mundo tá acostumado. Não desabitua o povo, que ele fica confuso.

Miroslav Tichý



O homem das imagens desfiguradas, sem definição. O senhor das mulheres erotizadas na nudez exposta. Handmade cameras with makeshift optics e, pronto: gamei.

sábado, 19 de julho de 2008

"buceta"




Aos 482 anos, sobrinha-neta de Matusalém, morre Dercy. Depois de mostrar os peitos na sapucaí, depois de encher o saco com o suposto humor por ser uma velha desbocada na televisão, Dercy resolveu - finalmente - pagar a dívida com o cemitério.

avec plaisir



Paris é uma cidade do bem. Cidade de gente que ou não sabe falar inglês ou não gosta ou não quer. É um mundo à parte, meio que auto-suficiente. É meio que aquele provérbio brega dos inimigos: "se não pode com eles, junte-se a eles". Então, faz biquinho, arrasa no sorriso e na simpatia se quiser se comunicar. E não precisa exagerar no perfume, porque as coisas são todas au naturel. Inclusive as belezas masculinas passantes nas ruas.

the shelting sky


Nunca tinha chorado com livro. Até então. Acho um saco me desmanchar no cinema (idem para a vida real). Mas perdi todos os meus pudores na primeira vez que li As cartas, do Caio Fernando Abreu. Lembro exatamente em que circunstância e ambiente eu estava quando não consegui me controlar com algo tão pessoal, com um sentido tão específico, dirigido a uma pessoa em particular. Caio escrevia a Jaqueline e eu entendi todas as entrelinhas, palavra tentando ofuscar dor, fantasiada de carnaval. Passei anos tentando evitar uma segunda leitura do livro, outros tantos tempos fugindo de uma terceira. Porque eu sabia que igualmente ia me ferir e eu não sou de espetar o dedo onde machuca.
Hoje, de bobeira, li uma das outras cartas, aleatoriamente, como quem abre um daqueles capciosos livros de salmos. Outra carta para Jaqueline e uma fisgada no peito reincidente. E no meio de uma descrição de um filme com o John Malkovich, me meti outra vez entre o Caio e a Jaqueline, e chorei tudo o que havia evitado e estava engasgado na segunda e na terceira leitura.

domingo, 6 de julho de 2008

momento Cinira



Patrocinado pelo mel de engenho "mamãe, eu quero".

quinta-feira, 3 de julho de 2008

categoria master

Gosto de velhinhos. Não pelo ar frágil que aparentam, mas pela ideia de bagagem de vida que trazem, de uma sensação que transmitem de saber o mundo no seu pormenor. Lisboa mudou um pouco a minha percepção. Destruiu um bocado da minha visão romantizada quando apresentou idosos ranzinzas, mau-humorados e até agressivos. Não que depois dos 70 eles acordassem convertidos em gente do mal: só não são tão queridos & agradáveis como os velhinhos que conheci até agora (tirando os velhos tarados de ficavam nos bancos da praça, os do filme Cocoon e vovó, que é braba que só a gota).

Já estava desacreditada, desiludida da vida, quando chegam aqui em casa dois idosos para fazer as obras das escadas. O olhar terno, a fala gentil, o passo miúdo. O protótipo dos velhinhos adoráveis em fase de extinção, que nos últimos 3 anos eu só tenho visto na ficção. E dá uma vontade enorme de abraçá-los e agradecê-los por qualquer coisa que seja.
Mas eu me limito a sorrir.