segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

o cu, as calças e os filmes de comédia


Eu, se estivesse me candidatando à vaga de filosofa-para-entrar-para-os-anais-da-História, estudaria a insistência em relacionar sentimentos incompatíveis na dramaturgia.

Alguém pode me dizer por que raio todo filme de comédia hollywoodiana tem que terminar com uma história de amor ou ter um romance metido no meio do enredo?

Será que ainda não perceberam que isso é um puta dum empata-foda? O cara tá lá, quase engasgando com a saliva, com dor nos maxilares, lagriminhas brotando dos olhos de tanto rir, e vem o roteirista/ realizador / produtor e pimba, passa mel, joga purpurina e toca Mariah Carey. Não fode, meu.

Simplesmente não rola.

resolução de fim de ano


Tenho a mania da perseguição. Algo que, se muito falado, facilmente é detectado que preciso de ajuda psiquiátrica. Portanto, vou comentar assim, despretenciosamente, com pinceladas, sobre este meu tal dilema.

Enumeremos fatos:

Ponto 1:
Acho que o senhorio do meu apartamento escondeu algumas câmaras, em pontos estratégicos, para ver se nós criamos algum animal em casa (contexto: é cláusula contratual que não devemos ter animais aqui, nem num aquário). Por isso, estou sempre com o pé atrás quando trago alguma espécie de homo sapiens sub-desenvolvido para o meu lar.

Ponto 2:
Quando recebo encomendas pelo correio, inspeciono – minuciosamente – o pacote, para ver se não foi violado e lacrado por cima. Uma vez, meu irmão me enviou 2 alfajors, no meio do presente de Natal. Mas, quando chegou à minha casa, a caixa só trazia um. E eu sei que o meu irmão aprendeu a contar até depois do 10.

Ponto 3:
Se uso qualquer computador que não seja o meu para enviar e-mails, acho que alguém, em algum lugar, pôde ler. Dependendo do teor da mensagem, tento adivinhar nas expressões faciais quem é o dito-cujo. Por exemplo: se falei que mataria alguém, aquele que se desviar do caminho, quando me encontrar, é o leitor. Se foram coisas impróprias para crianças, o suspeito – se tímido – vai baixar a cabeça; se não, vai dar aquele sorrisinho, meio Zezé Camarinha, meio Armando Volta.

Tudo isto pra dizer que descobri o desenho de uns fantasmas com uns olhos ENORMES, que se espalham por toda a extensão do meu papel higiênico. E eu me sinto severamente observada, invadida. E retraída. E desconfortável.

Eu saco estas coisas. Eu tenho feeling, rapaz.


Em 2009, tá decidido. Vou deixar dessas merdas e mostrar à minha mente quem é que manda: vou mudar a marca do papel.