
"Comparo o nosso país com uma pessoa que está na borda do passeio à espera que alguém ajude a atravessar para o outro lado. Estamos sempre à espera de alguém que venha salvar a pátria. O grande problema nacional é a medirocridade e a resignação à mediocridade."
Saramago, no Jornal Público deste domingo.
O interessante destas declarações é que elas, muitas vezes, funcionam na mesma relação de compositor - intérprete. Qualquer pessoa que cante as músicas do Chico Buarque jamais conseguirá incorporar força à mensagem, embora esta continue ali, sendo transmitida em cada palavra. Da mesma forma que eu, como imigrante, embora pense e diga o mesmo que o Saramago (não com a mesma elegância retórica), jamais serei levada a sério.
Ainda bem que consegui um porta-voz.
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